A
vitalidade do ser humano é aos poucos balanceada por um lapso de tempo memorável
que dura até onde ele mesmo pode suportar. E por que suportar? Pois é
necessário ser uma pessoa altamente controlada em seus hábitos e costumes
diários para ao menos suportar a sua própria vitalidade.
Mas afinal de contas, o que
vitalidade? – Vou ser um pouco pragmático agora. A palavra vitalidade vem do
latim e significa aptidão para a vida; força vital; energia; entusiasmo;
atividade transbordante. Deixando o intelectualismo de lado, vitalidade
significa àquilo que você tem entusiasmo, o que te faz viver hoje, agora, nesse
exato momento.
A minha ideia de suportar essa
vitalidade vem da ideia de: como pode um ser humano ter certo entusiasmo pela
vida se ele nem ao menos descobriu sobre o mesmo? As pessoas sempre buscam a
ideia de que você possui algo já definido para viver. Quem dera, nós, pobres
mortais, já estarmos pré-programados para uma aptidão prática para algo. Nós somos
propositalmente inclinados a um plano de livre-arbítrio que de uma forma ou de
outra pari passu que nos deixa
perdidos no vasto universo de aptidões e marcas ideológicas, nos faz navegar a
deriva sobre tais sem nem ao menos saber em que estamos pisando. Com isso,
vamos a uma velha contradição lógica: o que danado faço eu por aqui? Qual a
minha vitalidade sobre isso? Se você já se sentiu assim, bem, você é humano. Se
você não se sente perdido sobre a “infinitude” de marcos verídicos prontos para
serem explorados, acho que você já descobriu sua aptidão, mas basicamente,
muitos não sabem. Respeito os primeiros, mas me admiro com os segundos.
É basicamente um jogo de cintura
clássico que o brasileiro pode chamar de “jeito brasileiro”, mas que, na
maioria das vezes só traz confusão sobre sua identidade pessoal. Esse jeito se
contradiz, por isso não é tão bom ser levado por esse espírito difuso.
A ideia da busca pela vitalidade
humana me deixou cabisbaixo por certo tempo, mas no final sempre encontramos
uma solução prática para essa busca, afinal, nunca deixamos de buscar.
Mas, a partir daí chega aonde,
finalmente, quero chegar: o que você está buscando?
Veja; isso não é uma pergunta
clássica que qualquer pessoa na esquina que seja razoavelmente normal vá te
perguntar, mas descobri recentemente que sou alguém de perguntas diferentes –
gostei do título – e que gosta de aos poucos aprofundar-se no universo
paralelo, no entanto, posso garantir que isso me interessa
desproporcionalmente.
Mas, então, o que hoje você busca?
Não sei se você poderá responder essas palavras, mas sua resposta pode trazer
um impacto para a sua vida hoje. Por que não perguntar-se sobre.
A busca pessoal é tão infinitamente
memorável e crucial, que o próprio ser humano perde-se na imensidão do seu mar,
velejando sobre as mais tênues estações da busca humana da vitalidade. A vida é
impressionante, eu sei. No entanto, ela também traz uma viajem quase que ímpar,
na qual não se pode simplesmente regressar mas simplesmente viver as consequências
da viajem; deitar sobre a vela do navio e surpreender-se com o mar cada vez
mais indolente que surge a sua frente, fazendo-o não só permanecer a sós
consigo mesmo mas meditar sobre as suas buscas pessoas e ver se, ao menos, você
está preparado para as consequências.
A busca inicia-se a medida que o seu
interior é levado para a mais obscura sala, onde permanece só consigo mesmo e
começar a conhecer-se melhor. É nesse conhecimento que o mundo para ao seu
redor e começa a, de acordo com suas finalidades, girar a seu favor ou contra.
Tudo depende da sua disposição, mas além de tudo, depende do seu entusiasmo.
A minha experiência pessoal é que a
busca ela te leva por lugares nunca antes explorados, ela te faz passear sobre
o campo aberto de lírios e te faz pensar: por que não seguir por esse outro
raciocínio e ver o que acontece. É basicamente isso. É você pensar em percorrer
as alternativas de vida que você nunca cogitou em seguir e deixar-se permitir-se
ir. Hoje, a vida ensina-nos a cada dia mais sobrevoar sobre os raciocínios ilógicos
e mais propositalmente diferentes para ver se nossa busca vitalícia tenha certo
lapso da própria vitalidade. Não é apenas fazer o que desejamos, mas o que não
desejamos, percorrer caminhos não é escolhê-los, mas simplesmente caminhar. É permitindo-se
isso que a busca torna-se agradável, pois, é a partir do caminhar que vem o
resultado da vitalidade. A sua busca, seu caminhar, sua vitalidade. É isso,
nada mais.
Ás vezes, começamos a perceber que
os caminhos tomados hoje são diferentes dos de antes, mas, ás vezes chegamos a
conclusão que antes dera-nos deixar-nos caminhar pelos caminhos que não
caminhamos e ver o que aconteceria.
Permita-se, é isso que aprecio.
- Yorran Montenegro.